A poesia não vem da dor
Afirmei outro dia
E depois me peguei a pensar no assunto
E como desafio
Empunhei a pena como espada
E nada...
Então fui colher material
Li as obras de meus mestres favoritos
Deitei-me no macio do tapete azul turquesa
Pedalei durante horas pela paisagem do Rio
E nada me transbordava
Segui em frente
E aceitei a rotina e meu vazio
Mentalizei um camelo
Numa tentativa desesperada de paralisar as sinapses
E as cobranças de uma mente em ponto de histeria
Dormi com relutância
Depois de revirar a cama
E me desprendi...
Ao nascer do dia
Fui arrebatada pela surpresa
Ela estava ali
Pronta, acabada, irretocável
Chegou na hora certa
Quando me desliguei do mundo
E deixei que ela sedimentasse dentro de mim
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