quinta-feira, 6 de maio de 2010

"coração americano, acordei de um sonho estranho"



Hoje acordei com o sentimento de que meu coração é latino americano. Digo isso por um milhão de motivos e por muitas lembranças... Tá bom, eu explico... Sempre!

Acabo de chegar do trabalho. Pra variar a internet não quer mais funcionar. Mas tudo bem. Aceito o desafio e escrevo no Word para repassar pra vocês mais tarde.

O fundo musical é Clube da Esquina, soando a faixa “Dos cruces” e agora passando pra “Um girassol da cor de seu cabelo”. Lembranças e mais lembranças. Recordações dos dias de historiadora empregada indo apreensiva ao Estúdio Floresta, no Cosme Velho, fazer entrevistas para o Museu Clube da Esquina. Lá conheci o poeta Márcio Borges e autor da biografia mais emocionante da história da música brasileira, “Os sonhos não envelhecem”.

A neutralidade de historiadora virou admiração de fanática, arregalando os olhos e agradecendo a todos os acontecimentos da vida que me levaram naquele momento àquele local... Coincidência, destino? Nunca vou saber, mas foi mágico.

Minha parceira de entrevistas, vinda diretamente de Belo Horizonte, era uma figura interessante... Meio hippie, cheia de histórias sobre sua temporada na Europa como babá de uma família alemã. Dormiu na rua, conheceu pessoas das mais variadas, viveu histórias de amor e teve experiências lisérgicas. Seu nome, pasmem... Priscila Cabral. Um sinal, com certeza!

Bom, esse disco realmente resgata sentimentos dos mais variados... Mas para mim, conhecê-lo, fez parte de uma pequena revolução particular. Ver que existia uma conexão entre Minas e Brasil, Minas e América Latina, Minas e os Beatles, Minas e eu... A sutileza de harmonias que tanto me teletransportaram (fiquei na dúvida de como escrever essa palavra pelas novas regras da língua portuguesa) pelas cidades mais recônditas desse território latino. E de trem...

Vamos dizer assim, que desde a semana passada, a latinidade toma conta do meu peito. Primeiro ao receber pelo correio o CD de um estimado amigo e parceiro musical argentino. A banda se chama Mukele. Na faixa 8 e 9, “Mysterios” e “Solidão”, uma voz conhecida: Priscila Cabral. Um debut nascido de uma amizade de longa data entre uma carioca da gema e um simpático portenho do bairro de Lanuz. O sinal nesse caso é astrológico, ambos sagitarianos, que até hoje mantendo uma profunda amizade, podem ficar por horas a fio conversando sobre o mundo, história e sentimentos, onde tudo converge para uma profunda identificação. Um amigo espelho. E tem mais, ele vai casar com uma historiadora americana, para completar de fato a integração das Américas!!

Mas não para por aí... De uma das visitas à Argentina, adquiri o CD do Buena Vista Social Club. Desde então me apaixonei pela corneta chorosa e o violão dedilhado dos cubanos. E enfim, saindo com amigas para uma experiência completamente nova, chego numa festa dos sonhos, em um lugar dos sonhos, escutando uma banda panamenha-cubana, com direito a toda sonoridade delicada dos sopros, percussão e baixo acústico, tendo na voz o sobrinho de Ibrahim Ferrer. Não é pouca coisa, não...

No vídeo ficamos com a voz e o violão de Milton Nascimento, acompanhado do brilhante piano de Wagner Tiso, mandando notícias "Para Lennon e Mcartney" sobre as boas novas da música mineira. Era o Clube da Esquina mandando seu recado, diretamente do terceiro mundo, em pé de igualdade. Hasta la vista, compañeros!

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